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Tricotilomania e autoestima

A tricotilomania é a compulsão em arrancar os fios de cabelos ou outros pelos do corpo. Muitas mulheres com esse transtorno tentam diversas vezes parar com o hábito, porém ele acaba tendo recorrência variando em episódios mais intensos e episódios mais leves. 

A longo médio e longo prazo, a tricotilomania deixa falhas no couro cabeludo, nos cílios e nas sobrancelhas sendo essa uma consequência não imediata, uma vez que de imediato a sensação relatada é de alívio e em certa medida prazer. 

A autoestima e cultura

Vivemos em uma sociedade em que o corpo e a aparência física como um todo tem grande valor. Esse aspecto é visível em capas de revista, programas de televisão e nas redes sociais. É inegável que existe um padrão e estar fora dele causa desconforto e sentimentos de exclusão. Essas relações entre a pessoa e o mundo que a circunda acabam fazendo parte do processo de construção da autoestima e autoimagem.

Sobre tudo no caso das mulheres o padrão estético é mais rígido. Não é a toa que salões de beleza tem como principal serviço oferecido tratamento do cabelo e cada vez mais procedimentos para aumentar o volume e tamanho dos cílios bem como ter a sobrancelha perfeita são buscados. Cada detalhe do corpo deve estar perfeitos e dentro dos padrões pré-estabelecidos.

Um ponto importante dentro de toda essa temática é o fato de que autoestima e saúde mental estão intimamente ligadas. 

A mulher com tricotilomania e a relação consigo e com os outros

Como já dito anteriormente, a tricotilomania deixa marcas visíveis a médio e longo prazo. Não é incomum que mulheres com “trico” relatem se sentirem feias ou que tenham prejuízos nos relacionamentos amorosos. As sensações de culpa por “destruir a si mesma”, os autojulgamentos, julgamentos dos outros e sensação de não pertencerem ao grupo das “desejadas” comprometem a autoestima e tornam as mulheres inseguras. Isso por sua vez traz prejuízos na saúde mental.

Muitas não permitem que seus parceiros mexam em seus cabelos ou se privam de sair pela vergonha ou medo de terem que explicar as marcas deixadas pela tricotilomania. Nesse sentido, o sofrimento acaba sendo vivenciado de forma silenciosa.

Falar sobre o transtorno com outras pessoas, mesmo que sejam pessoas íntimas não é um processo fácil. Apesar de não ser fácil, é uma ação importante. Principalmente no caso dos parceiros amorosos, uma conversa sincera pode ser um passo importante para obter ajuda, compreensão e também para entender os motivos pelos quais o outro permanece no relacionamento que vão muito além de características estéticas. Muitas vezes fazemos interpretações da realidade sem de fato saber o que é real. 

A tricotilomania tem tratamento e as suas consequências também. Procurar ajuda de um psicólogo atrelado a um dermatologista e/ou tricologista é parte importante do tratamento para que os danos causados nos folículos capilares possam ser reparados. 

Imagem retirada da internet - Uso de minoxidil
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