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Explicando o papel das emoções

Entender as emoções humanas é um interesse antigo sendo tema de discussão de grandes filósofos como Platão. Essa curiosidade não é à toa, uma vez que os sentimentos nos tomam de forma tão intensa que muitos recorrem até mesmo a explicações sobrenaturais, além disso, ocorrem de forma “tão automática” que é comum dizer que vieram do nada, principalmente quando as emoções são aquelas indesejadas como é o caso da tristeza, raiva e medo. 

Apesar das diversas teorias e explicações que podem ter, é fato que se trata de uma resposta complexa e que os seres humanos e alguns mamíferos têm emoções por alguns motivos – que foram e ainda são importantes para a sobrevivência da espécie. 

As emoções têm três principais objetivos:

  • Motivar uma ação
  • Comunicar algo aos outros
  • Comunicar algo a si mesmo

Todos os comportamentos emocionais, sejam eles desejados ou não, são maneiras imediatas, automáticas e eficientes (em grande parte dos casos) para solucionar problemas relacionados à sobrevivência.

As emoções nos motivam a agir de uma determinada forma

Muitas mudanças ocorrem no nosso organismo quando uma emoção é ativada. Essas mudanças têm o objetivo de preparar nosso corpo para uma ação. Um outro papel é que por ser uma resposta imediata, agir sob as emoções economiza tempo de ação em situações importantes, como as que envolvem a possibilidade de algum dano ou morte (que nos envolvem ou envolvem pessoas que são significativas). Ao nos poupar tempo não precisamos ficar analisando a situação e apenas reagimos. 

Funções específicas de algumas emoções

Cada emoção tem um motivo para estar presente na nossa vida.

O medo  tem como principal objetivo organizar nosso comportamento frente à uma ameaça e nos leva a resposta de escapar do perigo; 

A raiva é ativada quando encontramos algum bloqueio importante que nos impede de alcançar um objetivo ou realizar alguma atividade além de nos colocar em modo de defesa contra um possível ataque a nós ou a pessoas importantes, com isso, nos prepara para manter o controle da situação; 

O nojo ou repulsa surge frente a situações ou coisas que são consideradas ofensivas ou contaminantes e nos mobiliza a um afastamento; 

A tristeza surge quando perdemos alguém ou algo importante e tem como objetivo nos tornar introspectivos para identificarmos o que é por nós valorizado além de comunicar aos outros que precisamos de ajuda. 

As emoções comunicam os outros e os influenciam

Parte importante das emoções são as expressões faciais e corporais que as acompanham. Essas expressões não verbais comunicam aos outros de maneira rápida a ação esperada que demorariam tempo de serem explicadas por meio de palavras.

 Muitos desses efeitos exercem um efeito automático sobre as outras pessoas mesmo que nós não queiramos. Por exemplo, o choro de uma criança rapidamente produz o senso de urgência nos pais que se aproximam para verificar a necessidade do bebê, que mesmo sem falar, é capaz de comunicar-se. Da mesma forma, uma cara feia em uma situação de raiva afasta as pessoas, o que é extremamente útil para evitar conflitos “corpo a corpo”. 

As emoções nos comunicam algo

Quando sentimos medo, sabemos que devemos ficar mais atentos ao ambiente à nossa volta, quando estamos com raiva, sabemos que algo importante nos foi negado. O que muitos chamam de sexto sentido é a comunicação indireta de uma emoção com a própria pessoa. Os sinais, mesmo que sutis, são eficientes. 

Um ponto importante a ser lembrado é que as emoções não são boas nem más em si e que o problema está quando sua expressão traz prejuízos significativos à própria pessoa e às pessoas a sua volta, impedindo que metas e objetivos sejam alcançados.  

Por esse motivo muito se fala sobre o controle das emoções, mas apesar desse discurso, nenhuma emoção pode ser modificada e controlada de maneira direta, apenas indireta uma vez que são respostas automáticas e inerentes à natureza humana. 

O primeiro passo para dominar as emoções é identificá-las e nomeá-las. A partir desse momento, passamos a compreender quais situações evocam “X” resposta emocional bem como a forma que reagimos a elas. 

As mudanças sociais e culturais ocorreram de maneira muito mais rápida que as mudanças na nossa estrutura biológica e isso traz alguns desafios na vida cotidiana. 

Quando falamos em controle emocional não significa deixar de sentir, mas sim em aprender maneiras mais eficientes de agir em certos contextos visto que a forma como a vida se configura hoje não nos permite agir de forma impulsiva, mesmo que em algum momento da nossa história enquanto seres humanos isso tenha sido importante. Ferir o outro não é uma possibilidade, mesmo que nosso corpo se prepare para isso.  

Se suas emoções estão trazendo mais problemas que soluções, é importante procurar ajuda profissional de um psicólogo. A psicoterapia é o ambiente perfeito para poder construir autoconhecimento, o que inclui a compreensão do que nos faz sentir o que sentimos e o que nos faz agir da forma que agimos. 

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